segunda-feira, 28 de junho de 2010

Gueixa
"pessoa que vive da arte".



Todas as verdadeiras gueixas tem a obrigatoriedade de serem versadas em música, dança, canto e literatura. Sofisticadas através da formação que recebem desde tenra idade, a sua condição é cultural, simbólica, repleta de status, delicadeza e tradição. Estetas por excelência e com o estilo de vida único ainda são consideradas refinadas guardiãs das artes tradicionais japonesas. Sendo um dos seus multiplos talentos transformar o trivial em arte.
Uma gueixa de sucesso pode desenvolver uma longa carreira e conquistar sua independência financeira. Tornaram-se símbolo de uma invejável independência, que as demais mulheres no Japão de então não tinham. A partir da Restauração Meiji elas passaram a desfrutar de prestígio, tendo contacto com os políticos mais influentes e os empresários mais bem-sucedidos, detendo assim um estilo de vida único. Ditavam a moda e eram imitadas por ou-tras mulheres (o que fez com que os quimonos continuassem a ser usados pelas mulheres por mais tempo que os homens, que rapidamente adotaram o vestuário ocidental).
As Gueixas viviam com luxo, frequentavam festas, dedicavam-se unicamente à dança e à música, podiam ter vida sexual sem serem obrigadas a casar. Aliás, o Karyukai, o mundo da gueixa, era, como é até hoje, um mundo dominado pelo feminino numa sociedade machista.
O valor da gueixa, e o que fará ela sobreviver... a raridade, a exclusividade, e a personificação daquilo que há de belo na alma do Japão. Ao longo dos séculos, as gueixas sobreviveram à mudança de governos e às guerras graças à dedicação destas artistas determinadas, e à capacidade de se adaptarem a mudanças sem perder sua identidade. Dizer que elas estão ultrapassadas é um exagero. As gueixas continuam a ser um parâmetro de talento, elegância, beleza e caráter no feminino na sociedade japonesa.

O universo das gueixas confunde-se com o universo do belo.

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