segunda-feira, 28 de junho de 2010

Uzumaki


Espiral
"Primordial energia da criação".


Mito da criação do Japão

No princípio, existia apenas uma massa ocêanica viscosa. Desta emergiu em turbilhão uma substância semelhante ao junco, que se tornou uma divindade, e ao mesmo tempo, duas outras criaturas divinas, um macho e uma fêmea. Não se sabe grande coisa acerca desta trindade primordial; mas diz-se que, da "alta planície do céu" onde moravam, foram produzindo gerações e gerações de deuses e deusas até que, a certa altura, surgiram as divindades Izanagi e Izanami, nomes que querem dizer, respectivamente, "macho que convida" e "fêmea que convida".

Izanagi e Izanami desceram do céu para o caos oceânico, caminhando sobre um arco-íris, segundo a maioria das versões, como se fora uma ponte. Chegados ao oceano primordial, Izanagi mergulhou nele a sua lança. Ao levantá-la, as gotas que caíram da ponta solidificaram-se, formando assim a ilha de Ono-koro, "a que seca sozinha".
Apesar de Izanagi e Izanami serem irmãos, casaram-se na ilha de Ono-koro. Aprenderam a arte de amar através da observação de duas alvéolas que ainda hoje estes pássaros aparecem associados ao casal. Nem mesmo o deus dos espantalhos consegue assustar as alvéolas, como recompensa pelo bem que fizeram.

Entre a prole de Izanagi e Izanami contam-se acidentes geográficos, as outras ilhas japonesas, quedas d'água e montanhas, árvores, ervas e o vento. Foi o vento que completou a criação do Japão, pois, dispersando em espiral densas névoas que tudo cobriam, revelou pela primeira vez as ilhas japonesas no seu conjunto. O primeiro filho dos dois deuses morreu ainda no ventre da mãe e esta criatura, que se parecia com uma anêmona do mar, foi evidentemente colocada no fundo do oceano.

Todos os outros filhos sobreviveram. O último a nascer, depois de todas as ilhas japonesas terem sido criadas e povoadas, causou a morte da mãe, tratava-se do deus do fogo. Pouco depois de o ter dado à luz, Izanami adoeceu com febres altíssimas que a consumiam e que, finalmente, acabaram por matá-la. Izanami desceu então aos infernos, Yomi, a "terra da escuridão" onde, apesar dos seus protestos, Izanagi a seguiu. Izanami, para castigar o marido de a ter perseguido, escorraçou-o, ajudada por espíritos femininos horríveis, mas Izanagi conseguiu fugir para o mundo dos vivos. À saída de Yomi, Izanami gritou-lhe que, em vingança, despovoaria o mundo matando mil pessoas por dia, Izanagi replicou-lhe que, por cada mil pessoas que morressem, mil e quinhentas seriam criadas.

Neste mito, o casal divino estabelece o modelo da natureza para todos os tempos e cria, pelo seu "divórcio", a vida e a morte. Izanagi, de facto, manteve a sua palavra e depois de uma purificação ritual que fez desaparecer as consequências da sua descida aos infernos, deu origem à deusa do Sol, ao deus da Lua e a Susanoo, o deus das tempestades, todo os três oriundos, segundo uma das versões, respectivamente dos olhos e do nariz de Izanagi.

Take


Bambú
"Take wo watta yo: significa bambú cortado
simbolo de abertura exposição franqueza e honestidade


Segundo a idéia taoísta o bambú associa-se à ideia que se deve ceder a situações ou condições externas, para melhor triunfarmos na vida. É a imagem do bambu, que resiste e verga sob o rancor da tempestade. para em seguida voltar a erguer-se e aparecer em todo seu esplendor. Para Buda, o bambu ajuda o homem a alcançar a serenidade e a paz interior. Até o som produzido pelo bambu ao receber a mais leve brisa também é considerado importante para a paz de espírito.

Taketori-Monogatari, uma das obras de ficção mais antigas do Japão, conta a história de Kaguyahime, uma princesa que nasceu do bambu. Com o passar do tempo, ela torna-se uma mulher muito bonita. O fascínio exercido por ela era tão grande, que todos os nobres, inclusive o imperador a pediram em casamento. Mas ela não aceitou ninguém. Um dia, ela decidiu ir embora para a lua. Dizem que essa história teve grande influência na ideologia budista. Desde a Antigüidade, o bambu está relacionado intimamente com o quotidiano dos japoneses. Graças à facilidade de cultivo e manuseio, o bambu era utilizado para a produção de remédios, alimentos, material de construção, utensílios domésticos, instrumentos agrícola e musical e artesanato.

Duas características inerentes ao bambu são a flexibilidade e a rigidez. Esses dois pontos são freqüentemente comparados ao pensamento sólido e flexível do povo japonês se, recuperou rapidamente da devastação provocada pela 2ª Grande Guerra Mundial.
Existem espécies que crescem até 1 metro por dia. A palavra take (bambu) é composta pelos ideogramas ta (alto) e ke (árvore).

Sakura


Flor de cerejeira
"simbolo do Japão"


É conhecida como a flor da Felicidade e assume um lugar importante na cultura e nos jardins japoneses. Nos meses de Março a Abril o povo festeja o Hanami para saudar a floração da árvore (cerejeira ornamental) com muitas festividades. Para o povo japonês esta festa tradicional não é apenas pela beleza da Sakura, mas é um legado para que as gerações mais jovens mantenham uma identidade e aprendam a importância de preservar o respeito e a espiritualidade. É, antes de mais nada, um momento para sair da introspecção invernal e se abrir para o mundo, de florescer o espírito, de festejar!

O significado da flor da cerejeira (Sakura), considerada a flor-símbolo do Japão provém de lendas e crenças. Sakura é uma modificação do nome Sakuya, proveniente da princesa Kono-hana-sakuya-hime, a qual os japoneses veneravam no topo do Monte Fuji. Acredita-se que a princesa tenha caído dos céus sobre uma cerejeira. Outro aspecto de forte significado do sakura é sua ligação com os samurais. No período feudal, a vida desses guerreiros era comparada à efemeridade da flor de cerejeira, que durava apenas três dias na primavera. Da mesma forma eram os samurais, sempre dispostos a dar suas vidas em nome de seus mestres.A flor- sakura- ficou ligada à imagem do samurai, Posteriormente, na Idade Média, no período da guerra civil, a brevidade da vida da flor da cerejeira, impressionou muito os japoneses tornando-se uma metáfora da morte corajosa e pura para todos.

Conhecida como "flor das flores" em todo o país, hoje a sakura faz parte da padronagem de quimonos e acessórios decorativos, por ser considerada sagrada, simbolizando também o amor, a amizade entre as pessoas, a beleza feminina, a vida e a esperança.

Geisha, the golden one


Black Geisha


Gueixa
"pessoa que vive da arte".



Todas as verdadeiras gueixas tem a obrigatoriedade de serem versadas em música, dança, canto e literatura. Sofisticadas através da formação que recebem desde tenra idade, a sua condição é cultural, simbólica, repleta de status, delicadeza e tradição. Estetas por excelência e com o estilo de vida único ainda são consideradas refinadas guardiãs das artes tradicionais japonesas. Sendo um dos seus multiplos talentos transformar o trivial em arte.
Uma gueixa de sucesso pode desenvolver uma longa carreira e conquistar sua independência financeira. Tornaram-se símbolo de uma invejável independência, que as demais mulheres no Japão de então não tinham. A partir da Restauração Meiji elas passaram a desfrutar de prestígio, tendo contacto com os políticos mais influentes e os empresários mais bem-sucedidos, detendo assim um estilo de vida único. Ditavam a moda e eram imitadas por ou-tras mulheres (o que fez com que os quimonos continuassem a ser usados pelas mulheres por mais tempo que os homens, que rapidamente adotaram o vestuário ocidental).
As Gueixas viviam com luxo, frequentavam festas, dedicavam-se unicamente à dança e à música, podiam ter vida sexual sem serem obrigadas a casar. Aliás, o Karyukai, o mundo da gueixa, era, como é até hoje, um mundo dominado pelo feminino numa sociedade machista.
O valor da gueixa, e o que fará ela sobreviver... a raridade, a exclusividade, e a personificação daquilo que há de belo na alma do Japão. Ao longo dos séculos, as gueixas sobreviveram à mudança de governos e às guerras graças à dedicação destas artistas determinadas, e à capacidade de se adaptarem a mudanças sem perder sua identidade. Dizer que elas estão ultrapassadas é um exagero. As gueixas continuam a ser um parâmetro de talento, elegância, beleza e caráter no feminino na sociedade japonesa.

O universo das gueixas confunde-se com o universo do belo.

Maiko


Maiko
"criança, aprendiza, dançarino/a"


Jovens meninas tornam-se maiko aos 16 anos. Assim como todas as adolescentes devem frequentar a escola nessa idade, o aprendizado de uma maiko dura, normalmente, 5 anos. Mesmo não freqüentando uma escola convencional, elas participam de aulas de canto, dança, shamisen e outras artes. Assim como devem aprender actividades artísticas, devem também se familiarizar com o antigo dialeto de Kyoto.

Duas cerimônias marcam a passagem de gueixa adolescente para gueixa mulher. Por volta dos 18 anos ocorre a cerimônia do mizuage (subida das águas), no qual uma maiko muda de penteado 5 vezes Os diferentes estilos de penteado utilizados pelas maiko indicam o estágio de seu aprendizado. Os ornamentos de cabelo são abundantes e combinam com a estação do ano vigente, normalmente representando as flores do outono, feitos de contas. Aos 21 anos, se sua tutora concordar, ela pode se tornar uma gueixa .A cerimônia na qual uma gueixa aprendiz passa a ser considerada uma gueixa experiente chama-se erikae mudança do colarinho para branco. Ao se tornar uma gueixa, ela passa a usar colarinho branco, quimonos mais discretos e penteados mais simples, ganhando uma aparência mais adulta e mais elegante.

O Quimono de uma maiko é brilhantemente colorido e decorativamente ornado, possui longas e esvoaçantes mangas, que deslizam até o chão. O colarinho usa-do pela maiko, normalmente é feito de um material padrão, de cor vermelha que aparece vividamente contra seu pescoço pálido. O obi (fita que amarra o kimono) de uma maiko também é muito mais longo. É amarrado em um estilo bem mais ornamentado do que os laços comuns dos obi das geisha; é amarrado muito mais alto, vindo de cima da dobra do braço, com o laço quase alcançando o colar, com suas pontas terminando no chão. As maiko também usam okobo (sapatos de madeira com uma grande plataforma) diferentes; este tipo normalmente força a maiko a andar, dando pequenos passos, considerados atractivos pela tradição japonesa. As aulas de literatura, etiqueta, música, canto, dança e arranjo floral, entretanto, continuam até os 40 anos de idade. Actualmente, as aulas de inglês também fazem parte do currículo.

Nipon


Japão

"Terra do Sol Nascente"

O Japão é um país insular do Extremo Oriente, formado por um arquipélago situado ao largo da costa nordeste da Ásia. Sua capital é a cidade de Tóquio
O país é formado por quatro grandes ilhas, Honshu, Shikoku, Kyushu e Hokkaido, e seu arquipélago é formado por mais de três mil ilhas localizadas entre o mar de Okhotsk a norte, o Oceano Pacífico a leste e a sul e o Mar da China Oriental e o mar do Japão a oeste. Através do mar do Japão e do Mar de Okhotsk, contacta com a Rússia, o Estreito da Coreia, a sudoeste, fornece ligação à Coreia do Sul, e na extremidade sul das ilhas Riukyu (Okinawa) aproxima-se de ilha de Taiwan. A maior parte das ilhas é montanhosa, com muitos vulcões. O Monte Fuji, por exemplo, montanha mais alta do Japão é um vulcão.
É uma monarquia constitucional onde o poder do imperador é muito limitado. A Constituição o define como "símbolo do Estado e da unidade do povo" e ele não possui poderes relacionados ao governo. O poder, concedido por soberania popular, está concentrado principalmente na figura do primeiro-ministro do Japão e de outros membros eleitos da Dieta, nome dado ao parlamento. O imperador age como chefe de Estado em ocasiões diplomáticas. Akihito é o presente imperador do Japão e Naruhito, o próximo na linha sucessória do trono.
A população do Japão é estimada em 127,4 milhões de pessoas. Em geral, ela é bastante homogênea, sendo quase toda composta por japoneses, com minorias ainos e de estrangeiros que vão ao país em busca de emprego. Em 2004 o Ministério da Justiça estimou o número de estrangeiros legais em quase dois milhões sendo estes principalmente coreanos, chineses, brasileiros, e filipinos. A esperança média de vida no país é uma das mais elevadas do mundo, 81,25 anos
O Japão gerou um complexo próprio de artes, técnicas artesanais (bonecas, objectos lacados, cerâmica, bonsai, origamis e outras artes com papel, o além do ikebana), espetáculos (bunraku, dança, kabuki, noh, rakugo, shibu, Yosakoi Soran) e tradições (jogos, onsen, sento, cerimónia do chá), além de uma culinária única.
A música do Japão também é eclética, emprestando instrumentos, escalas e estilos de culturas vizinhas. Muitos instrumentos como o koto, foram introduzidos nos séculos IX e X. O acompanhamento do noh data do século XIV e a popular música com o shamisen do XVI. A música ocidental, introduzida em fins do século XIX, agora é parte da cultura. O Japão do pós-guerra foi muito influenciada pela música contemporênea dos Estados Unidos e da Europa, o que levou ao desenvolvimento do estilo chamado J-pop. O karaokê é a prática cultural mais comum.
Os primeiros trabalhos da literatura japonesa incluem dois livros, o Kojiki e o Nihonshoki e o livro de poesia do século XVIII, Manyoshu, todos escritos com ideogramas chineses. No início do Período Heian, a escrita conhecida como kana (Hiragana e Katakana) foi criada como fonograma. Durante o Período Edo a literatura tornou-se arte não só da aristocracia, mas dos chonin, a população comum. A Era Meiji viu o declínio das formas tradicionais de literatura e a crescente adoção de influências ocidentais. Natsume Soseki e Mori Ogai foram os primeiros romancistas modernos do Japão, seguidos por Ryunosuke Akutagawa, Junichiro Tanizaki, Yasunari Kawabata, Yukio Mishima e, mais recentemente, Haruki Murakami.
O Japão detém dois “Nobel” da Literatura, Yasunari Kawabata (em 1968) e Kenzaburo Oe (em 1994).

Hoan


Orquídea
significa riqueza, amor e beleza.

Eis a encantadora história, como é contada nas terras da Indochina.

Na cidade Chinesa de Anam existia uma formosa jovem chamada Hoan-Lan que se divertia, desprezando todos os que lhe prestavam o seu amor, levando mesmo muitos homens ao suicídio, devido à sua frieza e desprezo.
A determinada altura, um poderoso deus decidiu que Hoan-Lan tinha ido demasiado longe e castigou-a. O castigo foi fazer com que a jovem volúvel se apaixonasse perdidamente pelo formoso Mun-Say, sem que este lhe correspondesse qualquer sentimento.
Em desespero Hoan-Lan procurou o deus da montanha de Tan-Vien e implorou-lhe ajuda, mas este estava tão zangado que a mandou embora. À saída da gruta, Hoan-Lan encontrou uma bruxa de pés de cabra que lhe ofereceu a vingança contra Mun-Say, a troco da alma da jovem. Hoan-Lan aceitou o contrato e a bruxa fez um feitiço com uma folha de palmeira e enterrou-a, pronunciou umas palavras desconhecidas e desapareceu.
Passados uns dias, Hoan-Lan viu ao longe seu adorado Mun-Say e correu para ele, mas quando se preparava para o abraçar, o jovem transformou-se numa árvore de ébano. Nesse momento apareceu a bruxa e disse-lhe que esta era a vingança prometida que não lhe permitia a ele amar mais ninguém. Hoan-Lan suplicou que o feitiço fosse desfeito mas a bruxa não lhe deu ouvidos.
Chorando junto do amado, ali ficou durante muito tempo até que despertou a compaixão de um deus que, colocando um dedo na sua testa a perdoou, transformando-a numa flor antes que a bruxa lhe retirasse a alma. No entanto, concedeu-lhe que não se separasse do seu amado, vivendo da seiva da árvore. Enquanto falava, a jovem ia-se transformando, enrolando os braços na árvore, numa derradeira súplica.

E segundo a lenda de Anam, foi assim que apareceu a primeira orquídea do mundo...

Porutogaro



Portugal
A importância e o impacto da chegada dos portugueses ao Japão ficou registada nos biombos hoje expostos no Museu Nacional de Arte Antiga

Os portugueses chegaram ao Japão em 1543. Em 1570, na baia de Nagasaki, fundaram uma cidade com o mesmo nome, onde passaram a residir os cristãos. Nagasaki tornou-se rapidamente numa cidade cosmopolita. Durante séculos foi o único ponto de contacto do Japão com o mundo
“As pessoas vinham à porta espreitar os estranhos "bárbaros do sul" (namban-jin) vindos do outro lado do mundo e que passavam na rua, vestindo as suas ridículas bombachas (nome dado às calças largas em forma de balão que os portugueses então usavam) e acompanhados de escravos negros. Nunca em terras nipónicas se tinham visto tão estranhas gentes: uns indivíduos eram pálidos e tinham uns grandes narizes.”
As relações mútuas de intercâmbio entre os dois países, que iriam durar mais de 460 anos, começaram no momento em que os portugueses chegaram à Ilha de Tanegashima em 1543. Isto marcou o primeiro encontro histórico do Japão com o mundo ocidental, embora o Japão já tivesse uma longa história de contactos com os países asiáticos tais como a China e a Coreia.
As actividades comerciais entre os dois povos designavam-se, no Japão, “Nan-ban Bo-eki”, pois os portugueses, tal como os espanhóis, na altura eram chamados “Nan-ban Jin” (bárbaros do sul) pelos japoneses. Nesse comércio, os portugueses traziam espingardas, pólvora, seda crua da China etc. para o Japão, e o Japão exportava prata, ouro, catanas (sabres japoneses) etc. para Portugal. As espingardas trazidas pelos portugueses espalharam-se rapidamente como arma de ponta entre os senhores feudais do Japão. O surgimento da infantaria equipada de espingardas surtiu uma mudança drástica na táctica de guerra no Japão, que até a essa altura dava maior importância à cavalaria tradicional, e, consecutivamente, introduziu uma influência de enorme importância no estilo de construção dos castelos enquanto instalações de defesa.
O intercâmbio entre os dois países trouxe novos vocábulos para ambas as línguas. Do português para o japonês, por exemplo, pan (pão), koppu (copo), botan (botão), tabako (tabaco), shabon (sabão), etc. e do japonês para o português, biombo (byoobu), catana (katana), etc..
Entretanto, na área da culinária, alguns novos pratos foram trazidos de Portugal para o Japão. Por exemplo, segundo alguns autores, um bolo japonês chamado “kasutera”, diz-se ter sido desenvolvido a partir do pão-de-ló português. Outro tipo de bolo japonês chamado “konpeitoo” também tem nitidamente a sua origem portuguesa, proveniente do “confeito”. Estes bolos ainda encontram-se no dia-a-dia dos japoneses. Até o prato japonês mundialmente conhecido nos dias de hoje, a “Tenpura”, também se diz encontrar a sua etimologia no termo religioso português “(Quatro) Têmporas”, indicando uma época antes da Páscoa em que é aconselhado comer pratos de peixe e legumes como o de “Tenpura”, assim evitando o consumo de carne.
Um outro exemplo demonstrando os vestígios do intercâmbio histórico é o “Nan-ban Byoobu” (Biombo Nan-ban). Trata-se de um biombo, cujo desenho descreve os portugueses aquando das suas viagens ao Japão, e constitui um registo científico muito importante para conhecer as maneiras, os usos e costumes dos japoneses nessa época. Algumas peças de “Nan-ban Byoobu” estão ainda preservadas e expostas no Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa) bem como no Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto).